Desde setembro, os botos amazônicos têm passado por um Evento de Mortalidade Incomum (UME, sigla em inglês). Até o momento, foram relatadas 154 mortes, incluindo botos-cor-de-rosa e tucuxis.
“O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá é um verdadeiro líder nos esforços para prevenir a extinção desta espécie rara e ameaçada, e o nosso fundo tem o privilégio de desempenhar o papel de ajudá-los nessa importante missão”, disse o Dr. Chris Dold, Presidente do Fundo de Conservação do SeaWorld e Diretor Zoológico do SeaWorld.
Centenas de botos estão em risco devido ao clima extremo na Amazônia
O IDSM é um grupo de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, e é reconhecido internacionalmente como líder em programas de pesquisa, gestão de recursos naturais e desenvolvimento social na região do Médio Solimões, no Estado do Amazonas.
A Operação Emergência Botos Tefé, criada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) com apoio técnico do IDSM, monitora os botos amazônicos. A operação está dividida em três setores distintos. O setor de Monitoramento de Animais Vivos rastreia grupos de botos e tucuxis ao longo do Lago Tefé. Ao encontrar um animal com sinais de anormalidade, a equipe realiza o resgate e o encaminha a um centro de reabilitação flutuante. O setor de Operação de Monitoramento de Animais Mortos tem como objetivo identificar carcaças na região, realizar necropsias para coleta de amostras e encaminhá-las para análises laboratoriais. Já o setor de Operação Ambiental atua no monitoramento da água, peixes e fitoplâncton, organismos compostos por microalgas, além de bactérias fotossintéticas.
“Sem o apoio do Fundo de Conservação do SeaWorld, não teríamos a capacidade de conduzir os esforços de pesquisa e resgate que são cruciais para proteger os botos amazônicos”, disse a Dra. Miriam Marmontel, pesquisadora e oceanógrafa do Instituto Mamirauá. “Esta doação fará uma enorme diferença em nosso trabalho e não poderíamos estar mais gratos ao SeaWorld por ter o mesmo amor pelo cuidado e preservação de espécies que nós temos.”
Desde o início da crise, 154 mortes de botos amazônicos foram registradas, sendo 131 botos cor-de-rosa e 23 tucuxis. Desse total, 122 animais passaram por necropsia e amostras de tecidos e órgãos foram enviadas para laboratórios especializados em todo o Brasil. Dezessete botos foram avaliados com análises histológicas e, até o momento, não há indicação de agente infeccioso como causa primária de morte. O diagnóstico molecular de 18 botos também teve resultado negativo para agentes infecciosos, como vírus e bactérias, associados a mortes em massa. De todas as variáveis analisadas até o momento por especialistas, o que tem apresentado alterações discrepantes é a temperatura da água. A temperatura do Lago Tefé atingiu números recordes, variando de 29°C a 40°C.
O Fundo de Conservação do SeaWorld concedeu mais de R$400 mil para apoiar o IDSM em uma série de esforços, como viagens para coleta de amostras, avaliações de saúde, controle de qualidade da água e recursos essenciais, incluindo barracas, piscinas, ferramentas e suprimentos médicos. A doação cobrirá também despesas relacionadas ao gerenciamento de amostras, análises laboratoriais, monitoramento ambiental e custos de transporte de animais.
Desde a sua criação em 2003, o Fundo de Conservação do SeaWorld forneceu mais de U$20 milhões em doações além de apoio científico a 1.391 diferentes projetos de conservação de animais e ecossistemas em todos os continentes.
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