segunda-feira, 26 de julho de 2021

Amazônia ganha hotel de vanguarda em sustentabilidade, a inaugurar em 2023


Com abertura prevista para 2013, o hotel Mirante do Madadá começa a ser construído em área de preservação no médio Rio Negro, no coração do Amazonas, frente ao segundo maior arquipélago fluvial do mundo, o Parque Nacional de Anavilhanas, que contempla cerca de 400 ilhas de floresta virgem e biodiversidade abundante, entre samaúmas e castanheiras gigantes, jacarés-açu e botos-cor-de-rosa.

O local será base de uma operação de ecoturismo que pretende elevar a experiência amazônica a um outro nível – a começar pelo design do projeto, cujos materiais, elementos e tecnologia assimilam da natureza as soluções para trazer um modelo integrado de forma simbiótica ao ecossistema natural e cultural da região, não disruptivo, para vivenciar a maior floresta tropical do mundo.

Idealizado por Marko Brajovic, um dos expoentes da biomimética na arquitetura e autor de projetos internacionais inspirados na interconexão do ser humano com o meio ambiente, o Mirante do Madadá foi baseado em elementos naturais e culturais da região, costurando signos, texturas e materiais. As estruturas que compõem o complexo Madadá se assemelham a sementes e se espalham de forma orgânica pela topografia da área, respeitando a mata nativa. Leves, visualmente permeáveis e confortáveis, o projeto dos módulos arquitetônicos buscou equilibrar as relações entre espaços abertos e fechados, superfícies e vedação, interior e exterior, potencializando a experiência de estar neste local privilegiado.

A entrada para o complexo é feita a partir da Casa Coletiva, aberta de um lado para o rio, onde é possível apreciar o nascer do sol, e do outro para a floresta. Contempla recepção, concierge, bar, restaurante, serviços, lounge, espaços expositivos e a piscina de borda infinita. Passarelas conectam a principal construção das doze acomodações que trazem a assinatura de interiores da arquiteta Marília Pellegrini, e distribuem os caminhos entre toda a extensão do hotel, até o ponto mais longe na mata: a Casa de Cura, espaço inspirado na formato da flor Vitória-régia, por sua característica de mudar de coloração e sua importância mitológica nas culturas ancestrais. O local é dedicado a práticas de yoga, encontros com representantes indígenas da região ou simplesmente um espaço para receber uma massagem e banho ayurvédico.

Mais envolvente ainda, o Mirante do Madadá já nasce com o DNA do turismo de base comunitária, trazendo vivências autênticas na Amazônia em comunhão com os ribeirinhos. Dentre as incursões na floresta, observação de espécies da fauna e da flora amazônica, birdwatching, focagem noturna de jacarés, pesca de piranhas, trilhas guiadas até as Grutas do Madadá, passeios de canoa pelos igapós quando na época das cheias, contemplação das praias quando no período da vazante e da seca, entre outros.

Hotel-irmão Mirante do Gavião Lodge

O Mirante do Madadá fica apenas 50 km rio acima de seu irmão mais velho, o Mirante do Gavião Lodge, aberto em 2014 e também localizado frente ao Parque Nacional de Anavilhanas. Em meio à vegetação exuberante, seus doze bangalôs erguidos em madeira de lei remetem a forma de barcos invertidos e o design interior incorpora revestimentos em teçume e fibras naturais, mobiliário de madeira nobre com detalhes em marchetaria, cestarias e outras belas peças de artesanato regional – muitos deles, criados pelos profissionais da Fundação Almerinda Malaquias, ONG a qual o hotel é patrono e apoia. As acomodações são interconectadas por passarelas elevadas até a parte baixa onde fica a moderna piscina e a enorme cobertura que abriga o Restaurante Camu-camu, com menu a la carte que destaca os ingredientes amazônicos e seus peixes raros, em criações originais assinadas pela chef Debora Shornik, entre elas o “ceviche de tucunaré” e o surubim ao creme de castanha fresca. Receitas clássicas, como massas, grelhados e saladas também estão no cardápio para atender a todos os gostos. Das mesas, é possível ver o vai-e-vem dos barcos singrando pelo rio e o píer do hotel que, com frequência regular, é também local de partida e chegada das viagens fluviais da Expedição Katerre, empresa de ecoturismo que tem como proposta uma vivência profunda e genuína de contato com a floresta, em roteiros de 4, 5, 7 ou 8 dias rio Negro adentro.

(Créditos: Atelier Marko Brajovic)

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