quinta-feira, 15 de julho de 2010

Aeroporto Intl. de Lima - Excelência em HUB





Privatizado em fevereiro de 2001, o Aeroporto Internacional de Lima, passou a ser administrado pela LAP (Lima Airport Partners) com uma concessão de 30 anos.
Atualmente a LAP é formada por um consórcio formado pela Fraport Frankfurt Airport Services Worldwide, International Finance Corporation e a AC Capitales SAFI.

Desde então, o aeroporto recebeu uma série de investimentos, especialmente no terminal de passageiros que se tornou um dos mais modernos da America Latina. O terminal ganhou um novo edifício, com moderna arquitetura somada a motivos Incas e cores baseadas na paisagem de Lima.



Devido sua localização estratégica na costa oeste do continente, o aeroporto se tornou naturalmente um importante HUB, para operações da TACA e LAN, somando com Bogotá (Colômbia) e Cidade do Panamá as opções de conexões, para voos dentro da América e outros continentes.



Justamente devido essa característica, desde a privatização o Terminal recebeu investimentos de US$ 267 milhões, em ampliação e modernização. A ampliação da área de 39.467 m² em 2001, para 84.570 m² em 2010,  permitiu a aumento do número de salas de embarque para 22 e de pontes para 19. A área comercial passou a contar com 5.000 m² e 66 pontos comerciais, o que a tornou uma das mais modernas e atraentes entre os aeroportos latinos.

Atualmente o aeroporto possui a categoria 4E da ICAO e é certificado para receber aviões de grande porte, como o Boeing 747. Adicionalmente a administração trabalha para obter a categoria 4F, para operações do Airbus A380, muito embora não existam planos imediatos para operação regular do modelo. Ainda assim, devido ao grande fluxo de passageiros com destino à Europa, não são descartados voos fretados com o avião.



A experiência de privatização de um aeroporto de tal porte e importância serve como referencia de um modelo de negócios para um terminal aeroportuário que tem logrado êxito em seus resultados. O reconhecimento veio através de dois importantes prêmios de melhor aeroporto sul-americano, concedido pelas prestigiosas Skytrax e Travel Awards.

Entrevista com Claudia Vivanco Calderón, Gerente de Assuntos Corporativos



1-    Quando foi construído o aeroporto?
O aeroporto foi inaugurado em dezembro de 1965 e na época foi considerado um dos mais modernos da região (andina). Nesta época já passaram a operar 15 companhias aéreas internacionais. Durante 36 anos que ficou com o Estado, não houve praticamente investimentos em manutenção e modernização. Face às necessidades de atualização como um todo, em 2001, o aeroporto foi concessionado para a Lima Airport Partners por 30 anos.

2-    Quanto foi investido no aeroporto nos últimos 9 anos e quanto será investido nos próximos anos?Na primeira etapa foram investidos US$ 133 milhões e até agora os investimentos totalizaram US$ 267 milhões. Os próximos investimentos vão depender da demanda, estando previsto inicialmente um total de US$ 1 bilhão nos 30 anos de concessão do aeroporto.

3-    Quais foram as principais ações de modernização após a privatização?
Em 2005, foram inauguradas as obras da primeira etapa do período inicial, que compreende a ampliação do terminal que passou de 39 mil m² para 65 mil m². Foram instaladas 7 pontes de embarque (finger), uma nova área de embarque nacional e internacional, além de uma área comercial com 5.500m².
Na segunda etapa do período inicial, (2009) foram instaladas mais 12 pontes de embarque, a ampliação das áreas de embarque nacional e internacional, o setor comercial recebeu mais 5 mil m² e as áreas de segurança e postos de imigração foram reconfigurados. Hoje o aeroporto conta com um terminal de 85 mil m², com um pátio de aproximadamente 305 mil m² (ante 165 mil m² em 2001), 66 pontos comerciais, 19 pontes de embarque e 28 salas de embarque.

4-    Qual o movimento atual de passageiros?
Em 2009, tivemos 8,8 milhões de passageiros, o que representou um incremento de 6% comparado ao exercício anterior. Num comparativo, quando assumimos o aeroporto em 2001, o movimento era de pouco mais de 4 milhões de passageiros/ano.
Atualmente o número de passageiros nacionais e internacionais é basicamente dividido em partes iguais.
Por sua localização geográfica privilegiada o aeroporto se tornou um HUB natural, pois está a aproximadamente 5 horas das principais cidades do continente sul-americano. Já para os voos domésticos, Lima é o principal ponto de conexões.

5-    Qual o movimento de carga? E quanto ela representa no faturamento total do aeroporto?
Em 2009 foram movimentadas 232 mil toneladas de carga, ante 239 mil em 2008, redução de 3% devido à crise internacional. No nosso caso a carga não representa um percentual importante no faturamento total. Não temos conseguido crescer neste segmento pois estamos limitados fisicamente devido a bases militares junto ao aeroporto.

6-    Quais são as empresas aéreas que operam atualmente em Lima?
Atualmente operamos com as peruanas, LC Burser, Star Perú, LAN, TACA Peru e Peruvian Airlines. Já empresas estrangeiras temos operações regulares da Aerolíneas Argentinas, Aeroméxico, Air Canada, American Airlines, Avianca, Continental Airlines, Copa Airlines, Delta Air Lines, Iberia, KLM, Lacsa, Spirit Airlines, TAM e Air Europa. A brasileira Gol encerrou recentemente as operações aqui em Lima.
As operações exclusivamente cargueiras regulares incluem a Cielos Del Perú, LAN Cargo, Atlas Air, Arrow Air, Martinair Holland, Aerolíneas Tampa Cargo, Florida West, ABSA, Centurion Air Cargo, Amazon Sky, ATSA e Transaer

7-    Quais são as rotas internacionais para o aeroporto de Lima?
O principal destino nacional é Cusco, com mais de 14 frequências diárias, e no internacional temos Madrid como principal destino europeu, Miami nos EUA e no mercado sul-americano Santiago e Buenos Aires.

8-    Quais as características da pista atual?
Temos apenas uma pista com 3,5 km e existem planos para construir uma segunda pista paralela com o mesmo comprimento. Hoje operamos com ILS CAT II e estamos trabalhando para instalar e certificar a Categoria III.

9-    Existe condições de operar aviões do porte do Airbus A380?
Esporadicamente sim, devido às condições de resistência (PCN) da pista. Além disso, o terminal hoje não está preparado para receber este tipo de avião, pois seriam necessárias 3 pontes de embarque apenas para atende-lo.

10- Quais os planos para o futuro?
Aumento da infraestrutura de acordo com a demanda e construção da segunda pista, que ainda depende da desapropriação de 7 milhões m² por parte do governo. Dentro do plano geral devemos investir US$ 31 milhões nas obras de manutenção na pista, que deverá ser recapeada.

11-  Com objetivo de aumentar a segurança o governo dos EUA tem solicitado a instalação de scanner corporal. Quais as previsões para sua instalação?
Estamos à espera das disposições da DGAC (Dirección General de Aeronáutica Civil) do Ministério de Transportes e Comunicações com relação a medidas de seguranças adicionais que devam ser tomadas, sendo que a adoção deste tipo de equipamento não é da alçada da Lima Airport Partners.
Embora seja importante este é um item que deverá ser melhor estudado pois, ao mesmo tempo em que aumenta a segurança, compromete a velocidade no fluxo de passageiros, tornando maior o tempo de embarque.





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