Saborear uma geleia de vitória-régia, vestir joias sustentáveis fabricadas com os insumos da floresta ou utilizar aromas de ambientes criados por comunidades indígenas são oportunidades raras para quem habita em São Paulo. Mas uma iniciativa inédita está investindo na sociobioeconomia da Amazônia e fomentando o encontro e os negócios entre empreendedores da floresta e de São Paulo durante dois dias, no bairro de Pinheiros, na capital paulista.
A feira Conexão Amazônia Azul irá expor os mais variados produtos de 20 empreendedores da floresta e o painel Desafios e Oportunidades da sociobioeconomia promoverá diálogos entre especialistas. Ambas iniciativas são resultado da parceria da Azul Linhas Aéreas com o CIVI-CO Hub de Impacto socioambiental e a Associação Coletivo Pinheiros, além do apoio da Assobio (Associação dos Negócios da Sociobioeconomia da Amazônia).
Essa é só a primeira edição de um evento que pode tornar-se anual ou mesmo atrair a parceria de outros bairros e cidades pelo país. Também faz parte das ações promovidas desde o ano passado pelo Movimento ARA – Todas as Amazônias sob o Mesmo Céu Azul – criado pela Azul e parte do seu plano estratégico de ESG.
O objetivo da companhia é incentivar e manter projetos e ações que continuem estimulando os negócios de microempresários e promovendo, com responsabilidade social e ambiental, a sociobioeconomia na região.
Aproveitando a presença da Azul Cargo Express, a unidade logística da Azul, em 5 mil municípios do país (ou 96% do território nacional), por exemplo, a companhia tem levado produtos amazônicos para os principais centros comerciais do Brasil – com tarifas menores, a preço de custo.
Já foram transportadas mais de 24 toneladas de itens de diversos segmentos, incluindo gastronomia, beleza, bem-estar, decoração e arte, que talvez continuassem desconhecidos da maioria da população. Alguns desses produtos, aliás, nem chegariam ao cliente final, se não fosse pelo transporte aéreo.
É o caso, por exemplo, do tucupi engarrafado em pet, da marca Manioca, ou dos doces da Cacauway, a única marca de chocolate liderada por uma cooperativa – todos eles precisam sair de Belém (PA) e chegar rapidamente ao destino para preservar o sabor e a qualidade.
Para além dos negócios, por que investir na sociobioeconomia da Amazônia? Filipe Alvarez, gerente de sustentabilidade da Azul Linhas Aéreas, analisa a relação entre sociobioeconomia com as mudanças climáticas. “A sociobioeconomia é um modelo que busca o crescimento econômico a partir da valorização dos recursos naturais regionais beneficiados de forma sustentável. Estimular a sociobioeconomia é o que manterá a floresta de pé, reduzindo consequentemente os impactos das mudanças climáticas”.
Ana Luiza Prudente, diretora executiva do CIVI-CO, acredita que, além da logística, as conexões a serem estabelecidas entre estados é um laço importante para impulsionar a sociobioeconomia. “Nossa missão é fomentar o empreendedorismo social e promover conhecimento para engajar a sociedade civil, o poder público e a iniciativa privada para gerar transformações positivas no mundo”.
Vanêssa Rochha Rêgo, presidente da Associação Coletivo Pinheiros, reúne os empreendedores de Pinheiros nesta iniciativa inédita e analisa como o projeto é promissor. “A nossa prioridade hoje é ressignificar experiências de convivência e de consumo mais consciente junto ao público. Buscar novas parcerias e conscientizar nossos associados para a bioeconomia é uma oportunidade incrível”.
Para o presidente da Assobio, Paulo Monteiro dos Reis, a iniciativa permite difundir o impacto econômico positivo por diversas cadeias. “A região amazônica sempre teve uma distância muito grande do resto do Brasil e a logística é um ponto fundamental para isso. Então, participar de um evento como esse nos ajuda a criar soluções para que a gente possa conectar o Brasil de fato, conectar o que o Brasil tem de valor, de oportunidade para que isso alcance todos os brasileiros e não só os da região Norte”.
Os eventos durante os dois dias de encontro, ambos com entrada livre, com inscrições pelo Sympla:
Feira Conexão Amazônia Azul
No dia 20 de maio, das 14h às 19h30, no CIVI-CO, será realizada a feira Conexão Amazônia Azul, com 20 empreendedores da floresta, associados da Assobio nos segmentos de gastronomia, beleza, bem-estar, decoração e arte.
Entre os produtos a serem expostos estão cachaça da jambu, geleia de vitória-régia, açaí como concorrente do café, joias sustentáveis, cacau para cura ancestral, entre outros. O evento é voltado para empreendedores de São Paulo, nos segmentos mencionados acima.
Painel sobre sociobioeconomia
Como desenvolver a sociobioeconomia entre empreendedores da Amazônia e de São Paulo? Discutir potenciais, desafios e ações concretas é o objetivo do painel Desafios e Oportunidades da sociobioeconomia: conectar para concretizar, que será realizado dia 21 de maio, a partir das 14h, no CIVI-CO.
Entre as presenças confirmadas estão: Izabel Reis, Diretora da Azul Cargo, Paulo Benevides, presidente da Assobio (Associação dos Negócios da Sociobioeconomia da Amazônia), Carolina Monteiro, terceira geração da Cestarias Régio, que há quase 60 anos trabalha pela valorização e na comercialização do artesanato e da arte popular brasileira, e Rodrigo Freire, proprietário do restaurante Preto Cozinha, que trabalha com pequenos produtores e comunidades pesqueiras. A mediação será realizada por Ana Luiza Prudente, diretora Executiva do CIVI-CO.
Ambos os eventos têm entrada livre, com inscrições pelo Sympla:
https://www.sympla.com.br/evento/movimento-ara-todas-as-amazonias-sob-o-mesmo-ceu-azul/2460597?referrer=linktr.ee
Agenda
Feira Conexão Amazônia Azul
20 de maio, 14h às 19h.
Painel: Desafios e Oportunidades da sociobioeconomia: conectar para concretizar
21 de maio, 14h às 16h.
Local: CIVI-CO
Rua Virgílio de Carvalho Pinto, 445, Pinheiros.
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