quarta-feira, 29 de julho de 2020

Recuperação do transporte aéreo de carga continua em junho, mas em ritmo lento

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA - International Air Transport Association) divulgou os resultados dos mercados globais de transporte aéreo de carga de junho, que mostraram melhorias, mas em ritmo mais lento do que sugerem alguns dos principais indicadores tradicionais.


• A demanda global, medida em toneladas de carga por quilômetro (CTKs), caiu 17,6% em junho (queda de 19,9% nas operações internacionais) em relação ao ano anterior, o que representa uma pequena melhoria em relação à queda de 20,1% registrada em maio.

• A capacidade global, medida em toneladas de carga disponível por quilômetro (ACTKs), diminuiu 34,1% em junho (queda de 33,9% nas operações internacionais) em relação ao ano anterior, resultado semelhante à queda de 34,8% registrada em maio.

• A capacidade de transporte de carga internacional em aeronaves de passageiros diminuiu 70% em junho em relação ao ano anterior, devido à interrupção de voos de passageiros por causa da COVID-19. Isso foi parcialmente compensado pelo aumento de 32% na capacidade com o uso otimizado de aeronaves de carga.

Demanda global da manufatura estabilizou em junho:

• O novo componente de pedidos de exportação do PMI (Purchasing Managers Index), índice que mede a atividade dos gestores de compras, subiu 11 pontos em relação a maio - o maior aumento mensal desde que a medição começou a ser feita, em 1999.

• O PMI que analisa a produção global do setor de manufatura apresentou recuperação em junho, atingindo o seu nível mais alto desde janeiro.

"O transporte aéreo de carga está, de longe, mais saudável do que o mercado de passageiros, mas os negócios continuam enfrentando desafios. Embora a atividade econômica esteja sendo retomada após grandes interrupções por causa da pandemia, não houve um grande aumento na demanda. A corrida para levar equipamentos de proteção individual (EPIs) aos vários mercados diminuiu com a normalização das cadeias de suprimentos, permitindo que os despachantes usem opções mais baratas, como o transporte marítimo e ferroviário. Além disso, a crise de capacidade continua por conta do ritmo mais lento na retomada das operações de passageiros", disse Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da IATA.

Desempenho por região em junho

Todas as regiões registraram queda em junho. As companhias aéreas da Europa e da América Latina sofreram as maiores reduções na taxa de crescimento do volume total de carga aérea em relação ao ano anterior. Já as companhias aéreas da Ásia-Pacífico e Oriente Médio sofrem impactos um pouco menores, enquanto as companhias aéreas da América do Norte e da África tiveram quedas mais moderadas em relação às outras regiões.

As companhias aéreas da região Ásia-Pacífico tiveram queda de 20% na demanda por carga aérea internacional em junho de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado - um pouco menor com relação a registrada em maio, de 21,3%. As atividades de manufatura voltaram a crescer na região, mas a demanda sofreu o impacto da redução dos envios de EPIs por via aérea. A capacidade internacional diminuiu 32,3%.

As transportadoras da América do Norte registraram, em junho, queda de um dígito (8,8%) na demanda por carga internacional - a menor entre todas as regiões. O desempenho resiliente se deve às grandes frotas de cargueiros de algumas companhias aéreas da região e ao apoio fiscal da Lei CARES (de auxílio relacionado à pandemia) às companhias aéreas nos Estados Unidos. A capacidade internacional diminuiu 30,7%.

As transportadoras da Europa registraram queda anual de 27,6% nos volumes de carga internacional em junho, uma pequena melhora em relação à redução de 29,5% registrada em maio, mas ainda assim foi o segundo pior desempenho entre todas as regiões. A capacidade internacional diminuiu 40,7%.

As transportadoras do Oriente Médio registraram queda anual de 19,1% em junho, uma melhoria em relação à aos 24,9% registrados em maio. A capacidade internacional diminuiu 25,8% - a melhor taxa entre todas as regiões - resultado da adoção de estratégias operacionais agressivas de algumas das transportadoras da região.

As transportadoras da América Latina registraram queda anual de 29,4% na demanda internacional em junho - o pior desempenho entre todas as regiões. A capacidade internacional diminuiu 43,6%, indicando uma considerável redução. A crise da COVID-19 apresenta desafios específicos para as companhias aéreas da América Latina devido às rigorosas medidas de bloqueio.

As companhias aéreas da África registraram uma contração de 13,8% na demanda em junho - desempenho pior do que a queda de 7,3% registrada em maio. O pequeno mercado entre a África e a Ásia continuou crescendo em junho, com alta de 20,1%. Porém, a região sofreu os efeitos da pandemia, que se agravaram durante o mês. A capacidade internacional nessa região diminuiu 46,2%.

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