segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

IATA propõe parcerias com governos nos planos de retomada do setor aéreo

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA - International Air Transport Association) apelou aos governos para que se unam ao setor de transporte aéreo e que juntos elaborem planos para reconectar as pessoas, os negócios e as economias com segurança quando a situação da epidemia da COVID-19 permitir. Uma prioridade desta cooperação fundamental é acelerar o estabelecimento de padrões globais de vacinação e certificação de testes.

"Podemos ver a luz no fim do túnel com a implementação de programas de vacinação pelo mundo. Transformar essa perspectiva em uma retomada segura e ordenada exigirá planejamento cuidadoso e coordenação dos governos e do setor. Isso será um desafio, pois a prioridade nas próximas semanas e meses será conter a disseminação de novas variantes. Mas mesmo com a crise, é importante preparar o caminho de retomada dos voos para quando a situação permitir. Compreender os parâmetros de referência das políticas governamentais e definir os padrões globais necessários para apoiar o retorno à normalidade nas viagens são passos que vão garantir a preparação do transporte aéreo, impedindo que se torne um vetor significativo de reimportação do vírus. As companhias aéreas estão prontas para apoiar os governos nesta tarefa", disse Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da IATA.

Princípios:

Quando os governos voltam sua atenção para o restabelecimento da conectividade aérea global, a IATA está pronta para estabelecer parcerias com eles para facilitar uma abordagem globalmente consistente, eficiente e eficaz. Alguns governos já começaram a desenvolver princípios em seus programas de teste/vacinação que poderiam formar a base de uma harmonização global. Esses princípios incluem:

Vacinação: a maioria dos governos está seguindo uma estratégia de vacinação que visa proteger primeiro os profissionais de saúde e os grupos mais vulneráveis. A IATA apoia a reabertura das fronteiras para viagens quando isso for realizado, pois os maiores riscos terão sido mitigados.

Indivíduos vacinados: o governo da Grécia propôs na semana passada que os indivíduos vacinados fossem imediatamente isentos de restrições de viagem, incluindo a quarentena. A IATA apoia iniciativas como as dos governos da Polônia, Letônia, Líbano e Seychelles de adoção dessa isenção.

Testes: Muitos governos estão implementando, com o apoio da IATA, esquemas de teste para facilitar as viagens. A Alemanha e os Estados Unidos, por exemplo, estão aproveitando o rápido avanço das tecnologias de teste para aceitar testes de PCR e de antígenos para gerenciar os riscos de viagens com segurança. Embora os testes de antígeno sejam preferidos por serem rápidos e de custo menor, está claro que o teste de PCR terá um papel importante, pois muitos governos estão exigindo testes no período de 48 a 72 horas antes da viagem.

Tripulação: As orientações CART da OACI (Organização da Aviação Civil Internacional) recomendam que a tripulação seja isenta de processos de teste e restrições que foram criados para os passageiros. A IATA apoia os protocolos de gerenciamento de saúde da tripulação que incluem, por exemplo, testes regulares e exames de saúde feitos em suas próprias residências, além de diretrizes rígidas que limitam a interação com a comunidade local durante as escalas da tripulação. Isso permite que as companhias aéreas gerenciem os riscos da COVID-19 e mantenham a viabilidade operacional.

Medidas de biossegurança em múltiplas camadas: As recomendações da OACI com medidas de biossegurança em múltiplas camadas (incluindo o uso de máscara) estão sendo implementadas globalmente. A IATA apoia que essas medidas permaneçam totalmente em vigor para todos os viajantes até que a situação da epidemia permita o relaxamento.

"Existem muitos elementos nesta equação, entre eles, o número de pessoas vacinadas e a disponibilidade de testes, são alguns exemplos importantes. As companhias aéreas estão adaptando suas operações para manter os voos de carga e alguns voos de passageiros e cumprir com as inúmeras restrições descoordenadas impostas. Com base nessa experiência, elas podem ajudar os governos na preparação para restabelecer com segurança a conectividade global para a sua população, seus negócios e economias", disse de Juniac.

Padrões globais são essenciais:

Por trás dos cenários para o restabelecimento da conectividade aérea está o desenvolvimento de padrões globais para que os requisitos de um país possam ser seguidos por viajantes que vêm de outras regiões. Os principais padrões globais que estão sendo desenvolvidos incluem:

Atestado/certificado de vacinação: a OMS está trabalhando para definir os padrões necessários para registrar digitalmente as informações de vacinação que serão essenciais para o restabelecimento das viagens internacionais. O Certificado de Vacinação Inteligente (Smart Vaccination Certificate), será o substituto digital do antigo "yellow book", registro usado para gerenciar vacinas como a febre amarela.

Estrutura global para testes: a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) está estabelecendo as bases de uma estrutura global para ajudar os governos a confiar nos dados de testes com base no reconhecimento mútuo de seus resultados. A urgência dessa estrutura foi comprovada com a recente suspensão dos voos entre os Emirados Árabes Unidos e a Dinamarca devido a preocupações com o sistema de testes dos Emirados Árabes Unidos. Uma estrutura confiável vai garantir que os viajantes não sejam surpreendidos no meio da viagem quando os governos não reconhecem os sistemas de teste uns dos outros. Também é essencial padronizar os atestados/certificados de teste.

Digital Travel Credential (DTC), ou credencial digital de viagem: a OACI publicou padrões para criar uma DTC a partir de passaportes eletrônicos (ePassports). Além de permitir viagens sem contato, conforme recomendado pelas orientações CART da OACI, a DTC é um componente essencial na identificação digital de viajantes e seus certificados de vacinação e teste. O padrão já existe, mas o desafio agora é a sua implementação.

"Como vimos, as decisões governamentais unilaterais são muito eficazes para interromper a mobilidade global. Mas, o restabelecimento da liberdade de viajar só pode ser feito com cooperação. Os governos já estão vendo como isso será difícil sem padrões globais para vacinas ou testes. Isso reforça a urgência do trabalho essencial que está sendo feito pela OMS, OCDE e OACI. A IATA participa dessas iniciativas e está pronta para ajudar os governos em sua implementação", disse de Juniac.

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