A Honeywell publicou a 34ª edição de seu Relatório Global de Aviação Executiva, que projeta um número recorde de novas entregas de jatos executivos na próxima década. O relatório oferece análises exclusivas sobre as tendências atuais do setor e sobre os movimentos de longo prazo, com base em modelos de previsão e em pesquisas com centenas de operadores de aviação executiva em todo o mundo.
No documento, a Honeywell prevê 8.500 novos jatos executivos, com valor projetado de 283 bilhões de dólares, o maior da história do relatório, a serem entregues nos próximos 10 anos, com taxa média de crescimento anual de 3%. A forte demanda por novas aeronaves persiste em um cenário de fatores macroeconômicos e geopolíticos cada vez mais complexos. No entanto, esses fatores não reduziram o interesse por novas aeronaves.
“A combinação de crescimento econômico recente, aumento da demanda por propriedade fracionada e um ritmo constante de desenvolvimento de novas aeronaves e de atualizações tecnológicas gerou níveis recordes de demanda na aviação executiva. Os operadores estão aumentando as taxas de utilização e, em resposta, os fabricantes continuam a ampliar a produção para acompanhar essa demanda. Ao longo da próxima década, esperamos que esses níveis recordes de entregas e de uso se mantenham”, afirma Heath Patrick, presidente da divisão Americas Aftermarket da Honeywell Aerospace Technologies.
Principais resultados do Honeywell Global Business Aviation Outlook 2025:
- As novas entregas de jatos executivos em 2026 devem ser 5% maiores do que em 2025.
- As entregas devem crescer, em média, 3% ao ano nos próximos 10 anos.
- 91% dos entrevistados esperam voar mais ou aproximadamente o mesmo em 2026 em comparação com 2025.
- 20% dos operadores em todo o mundo têm ao menos uma aeronave com pedido firme, ante 17% há um ano. Em 2025, a proporção foi maior entre os operadores da Parte 135 (como táxis-aéreos de jatos executivos), dos quais 28% disseram ter uma aeronave com pedido firme.
- 89% dos respondentes consideram “Desempenho” entre os três critérios mais importantes na compra de uma aeronave, em comparação com 82% na pesquisa anterior. “Custo” continua em segundo lugar, com 56%, ligeiramente abaixo dos 60% do ano passado.
- A demanda por propriedade fracionada continua liderando o crescimento do setor, com jatos Midsize e Super Midsize como os preferidos desses clientes. Entre os entrevistados, 12% dos operadores de aeronaves de propriedade integral dizem também possuir cotas fracionadas.
- As frotas fracionadas cresceram mais de 65% desde 2019, chegando a cerca de 1.300 aeronaves em operação.
Crescimento da propriedade fracionada e novas políticas econômicas impulsionam a demanda
- Os operadores entrevistados indicaram que o retorno da depreciação acelerada de 100%, após a aprovação da lei One Big Beautiful Bill Act (OBBBA) no início deste ano, deve estimular novas compras de aeronaves de negócios. Esse incentivo fiscal federal permite que empresas deduzam uma parte substancial do custo de determinados ativos, incluindo jatos executivos, no ano em que entram em operação.
- Segundo a pesquisa, a forte demanda por propriedade fracionada vem impulsionando grandes pedidos e contribuindo significativamente para o crescimento do setor. O mercado de propriedade fracionada tem superado a indústria em crescimento, tanto em tamanho de frota quanto em atividade de voo. Desde 2019, as frotas fracionadas cresceram mais de 65%, e jatos leves, midsize e super midsize representam 80% dessas frotas.
- Enquanto 12% dos operadores de aeronaves de propriedade integral afirmaram também possuir cotas fracionadas, outros 15% disseram considerar essa possibilidade no futuro. Entre as razões para o interesse, quase 50% responderam que isso aumentaria a capacidade total de voo e 30% disseram que usariam o programa fracionado para otimizar suas operações atuais.
Atividade de voo: crescimento consistente em 2025
- Os operadores estão voando mais em 2025 do que em 2024, com as horas de voo de jatos executivos cerca de 3% maiores em comparação anual, após um período praticamente estável entre 2023 e 2024. Esse crescimento vem principalmente de operadores privados e de empresas de propriedade fracionada, em um contexto em que a demanda por voos charter se estabilizou em níveis bem acima dos observados em 2019, após oscilar durante a pandemia de COVID-19 e a retomada das rotas regulares das companhias aéreas.
- Os departamentos de voo corporativos seguem atrás em atividade, enquanto buscam otimizar custos com o uso seletivo de aeronaves próprias, voos charter e programas de propriedade fracionada.
- Os operadores demonstraram otimismo com o futuro: 28% planejam voar mais no próximo ano e 64% planejam manter o mesmo ritmo de operação.
Distribuição regional: tendências recentes se mantêm
- América do Norte: deve receber cerca de 70% das novas entregas nos próximos três anos. Dezessete por cento dos operadores têm pedidos firmes e a região responde por 62% da frota global. O sentimento é otimista, impulsionado por mudanças regulatórias nos Estados Unidos, com destaque para a depreciação acelerada. Mais de 90% dos operadores planejam voar o mesmo ou mais no próximo ano.
- Europa: deve receber aproximadamente 14% das novas entregas nos próximos três anos, e a proporção de operadores com pedidos é superior à média global. A região mantém 11% da frota mundial, e 29% dos operadores afirmam ter ao menos uma aeronave em pedido firme. O sentimento sobre atividade de voo segue a tendência global, com quase 30% esperando voar mais e cerca de 60% planejando manter o mesmo nível.
- América Latina: deve receber 7% das novas entregas globais nos próximos três anos. Quinze por cento da frota mundial está baseada na região, e 19% dos operadores locais disseram ter pedidos firmes. Esses operadores são mais otimistas em relação ao crescimento da atividade de voo, com 33% prevendo aumento.
- Demais regiões: Ásia-Pacífico e Oriente Médio e África devem receber, respectivamente, 5% e 3% das entregas globais, proporções semelhantes às dos últimos anos. Nessas regiões, cerca de 20% dos operadores esperam voar mais, e a maioria planeja manter o ritmo atual. O Oriente Médio deve crescer, impulsionado por mudanças regulatórias positivas e melhorias na infraestrutura aeroportuária, que facilitarão a operação da aviação executiva.
Prioridades de compra: desempenho e custo continuam determinantes
O desempenho e o custo seguem como os principais fatores de decisão na compra de aeronaves, sendo o alcance o atributo mais importante. Outros aspectos como carga útil, desempenho em pista e velocidade também estão entre os mais valorizados.
Os compradores de aeronaves novas priorizam suporte ao cliente e tecnologia mais do que os compradores de aeronaves usadas. Eles atribuem mais importância ao tempo de resposta e ao suporte técnico, além de considerarem com mais peso recursos como controles fly-by-wire, conectividade e sistemas avançados de segurança.
Sustentabilidade: eficiência é o caminho
Pelo quinto ano consecutivo, a Honeywell avaliou a sustentabilidade na aviação executiva e como os operadores buscam reduzir suas emissões. Os principais resultados mostram que:
- 81% acreditam que o desenvolvimento de novas aeronaves e motores mais eficientes é eficaz para atingir metas ambientais.
- 61% consideram o combustível sustentável de aviação (SAF) uma ferramenta eficaz para alcançar esses objetivos.
- Entre os que adotam medidas ativas, 60% estão adquirindo aeronaves mais eficientes, 56% estão utilizando SAF e 31% estão voando em velocidades de cruzeiro mais econômicas.
- O custo e a disponibilidade do SAF continuam sendo os principais desafios para sua adoção.
Metodologia
A previsão da Honeywell é baseada em diversas fontes, incluindo análises macroeconômicas, planos de produção e desenvolvimento de fabricantes, discussões com líderes do setor aeroespacial e análises de dados da Cirium e da WINGX. Em parceria com a Seefeld Group e a Ad Hoc Research, a Honeywell também realizou pesquisas com 312 operadores de aviação executiva, representando uma frota de 1.199 aeronaves em todo o mundo. A amostra é representativa da indústria em termos de geografia, tipo de operação e composição de frota.
Impacto nas decisões de negócios
O Relatório Global de Aviação Executiva reflete as preocupações atuais dos operadores e identifica tendências de longo prazo que orientam o processo de decisão da Honeywell. A pesquisa tem ajudado a empresa a identificar oportunidades de investimento em sustentabilidade, aprimorar soluções de conectividade, expandir tecnologias de propulsão e desenvolver produtos e serviços inovadores de segurança e desempenho.
 

 
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