quarta-feira, 23 de março de 2011

Entrevista Atagun Kutluyuksel


Atagun Kutluyuksel nasceu na Istambul, na Turquia, em 12 de novembro de 1968, e estudou na Marmara University, onde cursou Administração de Empresas. Começou a carreira profissional na Arcelik Company, empresa líder na Turquia em eletrodomésticos. Depois, ingressou na Turkish Airlines, primeiro como responsável por acordos internacionais. Em 1998, levou a companhia para a Macedônia, tornando-se o diretor local. Daí em diante trabalhou em diferentes países para a Turkish Airlines, Austrália entre 1999 e 2001, Israel, de 2002 a 2008, e neste meio tempo cuidou também do começo das operações na Etiópia (2005/2007). Desde 2009, ele está no Brasil, como diretor para o Brasil e América do Sul. Suas atribuições incluem toda a estruturação comercial, administrativa e financeira da companhia no país, assim como a divulgação da companhia aérea e do destino Turquia para o mercado local. A Turkish Airlines começou a operar no Brasil há pouco mais de um ano. Kutluyuksel é casado e tem uma filha.

Qual o balanço das operações no Brasil desde o inicio das atividades?

Começamos com dois voos na semana, via Dakar, depois passamos para três voos semanais. Como a desempenho dos voos estava muito bom, solicitamos o quarto voo semanal e substituímos o Airbus A340-300 pelo Boeing 777-200, aumentando a oferta de assentos. Com isso, tivemos um incremento de 56% na oferta. No início iniciamos os voos com o A340 porque não havia outra aeronave disponível naquele momento e com a mudança do equipamento eliminamos a escala em Dakar e viabilizamos a rota São Paulo – Istambul, em voos diretos. Atualmente o 777 está configurado em três classes: A Business Class que tem 28 assentos, a Comfort Class com 63 assentos e a Econômica com 246 assentos.

Como estão os planos para incremento de frequências?

No momento o único plano é termos voos diários para São Paulo, antes da Copa de 2014.

Como está o aproveitamento dos voos para o Brasil?

Em 2010 fechamos com 85% de ocupação, devido à nossa política tarifária, promoção da Turquia como destino. Além de ser uma opção de conexão para viagens com destino a países próximos, como Grécia, Síria, Líbano, Jordânia e Israel, tendo a Turkish sido inclusive considerada uma das melhores empresas aéreas para estes destinos.

Como tem sido o transporte de cargas?

Satisfatório, transportando todos os tipos de cargas, mas, principalmente produtos automotivos como peças de reposição, produtos têxteis e também perecíveis, como alimentos. Além do mais há diversos tipos de carga indo e vindo do Extremo oriente. A Turkish sempre é muito procurada para carga aérea inclusive devido à sua grande capilaridade nas rotas, servindo muitos destinos na Ásia, Europa e África. A empresa tem inclusive aviões cargueiros puros como o A310 e o A330, além de utilizar a capacidade dos porões das aeronaves de passageiros.

Qual a proporção de passageiros partindo do Brasil que tem como destino Istambul, e quais estão usando a Turquia como portal de entrada para Europa e para outros destinos?

Aproximadamente 70 % dos passageiros ficam na Turquia e depois seguem para outros destinos próximos e cerca de 30 % usam Istambul para conexões. Nos nossos primeiros contatos no Brasil o turista brasileiro em geral não conhecia a Turquia como um destino turístico. Por exemplo, a Capadócia era lembrada apenas como um local histórico e que não mais existia. Nós fizemos um trabalho de promoção da Turquia e hoje a Capadócia é o segundo destino mais procurado por brasileiros após Istambul. A Turquia oferece opções que agradam o brasileiro como um todo, como por exemplo, entretenimento, gastronomia, compras e história. Também após a abertura dos voos, aumentou o intercâmbio de negócios e de cultura entre os dois países, proporcionando incremento significativo das relações. Fora a Turquia, o passageiro também tem utilizado a Turkish como opção para voos com destino ao Extremo Oriente, onde também estamos ampliando nossos serviços.

Qual o motivo da mudança de equipamento na rota para o Brasil? Incremento de oferta ou um upgrade nos serviços?

A mudança se deve à política da empresa frente à encomenda de aeronaves Boeing 777. O modelo é mais apropriado para os atuais planos da companhia, permitindo maior flexibilidade na abertura de rotas longas, como para China, Austrália e Brasil.

A Turkish pretende estender a rota do Brasil para outros países sul americanos, como fazem inúmeras empresas aéreas?

Deveremos iniciar os voos para Buenos Aires até o final deste ano, ou no início do próximo ano. Esses voos podem ser iniciados como prolongamento da rota de São Paulo, porém, devido as nossas encomendas de aeronaves Boeing e Airbus, podemos iniciar inclusive voos diretos, o que seria preferível.

Existem tripulantes que falam português voando na Turkish?

Apenas alguns falam português. A maior parte dos tripulantes fala, além de turco, algum dos idiomas mais usuais como inglês, alemão, francês ou espanhol.

Quanto representa o mercado brasileiro para a Turkish?

A rota, por ser muito recente, será lucrativa a partir deste ano, sendo que os dois primeiros anos foram de investimentos e promoções na introdução da empresa no país.

Há parceria da Turkish com alguma empresa aérea brasileira ?

Apenas com a TAM, devido ao fato de ser membro da Star Alliance, no entanto não temos nenhum um acordo de codeshare.

Qual sua opinião sobre os aeroportos brasileiros?

Eles deveriam ser modernizados face aos dois grandes eventos que se aproximam.

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