No filme "Campo dos Sonhos", o ator Kevin Costner constrói um campo de beisebol no meio de um milharal para fantasmas de jogadores de beisebol do passado. As vozes, que incentivam o personagem de Costner a fazer este campo de beisebol, afirmam que "Se você construir, eles virão”. Insano, certo? Porém, mais improvável ainda seria pensar que a mesma abordagem parece ter sido adotada na expansão dos principais aeroportos do Golfo Pérsico. Perspicazes na constituição de economias fortes e sustentáveis para o futuro, os países em todo o Oriente Médio e especificamente os do Golfo, estão investindo bilhões de dólares na corrida para construir novos aeroportos ou ampliar as instalações existentes para atender às demandas de futuros viajantes aéreos. Abu Dhabi, Dubai e Doha estão se esforçando para desenvolver o maior e mais grandioso centro de transportes na região. Um investimento significativo também está em andamento nos aeroportos secundários, como Muscat, Sharjah e Riad. A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) estima que os investimentos em infraestrutura aeroportuária na região do Golfo são de cerca de US$ 40 bilhões. O custo estimado para a expansão do terminal de Abu Dhabi, que está prevista para ser concluída em 2017, é de US$ 6,8 bilhões, e Dubai deverá investir mais de US$ 8,1 bilhões no aeroporto Al Maktoum Internacional, com a finalidade de atender o fluxo de visitantes durante a Expo 2020. É importante ressaltar que esses dois aeroportos ficam a menos de 45 minutos um do outro. Há nitidamente um elemento de competição entre os estados - que é agravado pelas aspirações de dominação global das companhias aéreas de bandeiras regionais, principalmente Emirates, Etihad e Qatar Airways – afinal, nada simboliza de modo tão expressivo as aspirações de uma nação quanto suas companhias aéreas e aeroportos. Os novos aeroportos estão lutando para serem insuperáveis. Doha (aparentemente) será em breve inaugurado; o Aeroporto Internacional de Hamad vai abrigar a segunda pista mais longa do mundo; Dubai está alcançando o aeroporto de Heathrow, em Londres, como o aeroporto mais movimentado do mundo - que recentemente superou Charles de Gaulle; O terminal de Abu Dhabi ocupa sete milhões de metros quadrados – área maior do que o Pentágono! Talvez mais reveladores do que os vários recursos de design sejam as capacidades planejadas para os aeroportos; juntos, eles receberão 450 milhões de passageiros anualmente - um aumento significativo dos 140 milhões que atualmente passam pela região. E é exatamente por esta questão que a região deve começar a enfrentar problemas. O desejo desses locais por se tornarem centros de conectividade global está pressionando um espaço aéreo já saturado, como num vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=bERzVm9TT8Q), que foi mostrado pela primeira vez no Encontro Global Aeroespacial. A região do Golfo tem uma área relativamente pequena, ainda mais para suportar quatro aeroportos globais. Isso se agrava ainda mais quando se considera que menos de 50% do espaço aéreo disponível está aberto à aviação civil - na verdade, viajantes que utilizam esses aeroportos já têm enfrentado atrasos crescentes. Esta questão foi considerada uma ameaça significativa para a realização das aspirações aeroespaciais dessas regiões durante o último Encontro Global Aeroespacial em Abu Dhabi. No entanto, diversas tecnologias fornecem soluções para isso. Estas tecnologias prometem inovação para os próximos anos e podem ser fundamentais para ajudar os Estados do Golfo realizarem suas aspirações. Só o tempo dirá se a construção é o suficiente!
(*Nick Maynard é gerente executivo da Honeywell Aerospace)
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