segunda-feira, 12 de abril de 2010

Brasil e EUA assinam amplo acordo militar



O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, assinaram hoje um acordo militar entre os dois países. O acordo facilita a venda de até 200 Super Tucanos para os Estados Unidos, num contrato que pode chegar até a US$ 3 bilhões. O acordo ainda prevê implementar projetos conjuntos de transferência de tecnologia e treinamento de pessoal na área de defesa.

"Este acordo levará ao aprofundamento da cooperação em defesa entre Estados Unidos e Brasil em todos os níveis", disse Gates.

Chamado "acordo-quadro", o documento é um instrumento jurídico de três páginas usado para orientar as relações militares entre Brasil e Estados Unidos, sendo o primeiro do tipo a ser firmado entre os dois países desde 1977.

"Acho que a cooperação de defesa entre Estados Unidos e Brasil estabelece um exemplo importante, uma aliança que oferece um modelo transparente e positivo para todo o continente", disse Gates.

Embora os jornais de alguns países latinos tenham especulado que o acordo contemplava o uso de bases militares no Brasil pelas Forças Armadas americanas, o Governo brasileiro enfatizou que o documento não considera qualquer acordo neste sentido.

O acordo também deixa de fora três pontos polêmicos, o acesso a bases militares de ambos os países, a construção de instalações militares de um país no outro, nem a concessão de imunidades a militares envolvidos no acordo.

Ainda assim, a Unasul (União dos Países Sul-Americanos) pediu que o Brasil esclareça detalhes sobre o acordo.



O ministro Jobim disse ainda que a parceria poderá ajudar a EMBRAER na licitação do Governo americano para a compra de aviões de ataque leve e treinamento avançado, mas frisou que o acordo não se destina a isso.

Com o acordo, o Departamento de Defesa americano pode pôr fim à licitação internacional e adquirir diretamente os Super Tucano da EMBRAER, afirmou Jobim.

Obviamente, o acordo pode dar novo fôlego ao F/A-18 Super Hornet, mesmo com Jobim declarando preferência pelos Rafale.

O ministro disse a Gates que apresentará no final deste mês sua recomendação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na terça-feira se reunirá com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em Washington.

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